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A queda do Império romano e o feudalismo

          Por volta do século III, o Império Romano parou de crescer. Os gastos para vigiar as fronteiras começaram a aumentar, o que aumentou os impostos também. As consequências disso foram a diminuição da mão de obra escrava, fome e revoltas populares, as invasões germânicas e grande migração para o campo.
           Quando os romanos chegavam no campo, as terras já estavam ocupadas, então os donos de terras ofereciam uma parte de seus lotes para os novatos no campo. Em troca desse espaço para viver os proprietários exigiam uma parte da produção dos inquilinos e ligavam aquelas pessoas à terra, portanto, se aquele lote fosse vendido, eles continuariam produzindo e dando o que produziam. O mesmo acontecia em relação aos herdeiros do proprietário. Esse processo foi chamado de colonato e resolvia o problema de mão de obra do grande proprietário e o de garantir a subsistência do colono.
           A partir do século IV, pressionados pelas invasões dos hunos em seu território, os germânicos avançaram sobre o Império Romano, aproveitando suas fronteiras desprotegidas e dominando várias áreas. Em 476 os germânicos conquistam Roma, a capital do Império Romano do Ocidente, o que geralmente é considerado o marco do fim daquele gigantesco império. Depois disso, um grupo de germânicos, os francos se instalaram na Gália e formaram o Império Carolíngio, de Carlos Magno.
          Com a morte de Carlos Magno o Império Carolíngio foi se enfraquecendo. O poder começou a se descentralizar e o feudalismo começou. O feudalismo era um modo de organização política que girava em torno do feudo, isto é, nesse caso, uma grande extensão de terra (um feudo também pode significar um benefício). Os maiores feudos foram doados pelo rei para outros nobres, o que o tornava suserano desses nobres, seus vassalos. Um vassalo deveria prestar auxílio militar ou monetário, fidelidade e conselho ao seu suserano. Além de conceder o feudo, o suserano deveria dar proteção ao seu vassalo. A relação de suserania e vassalagem era firmado por meio de um julgamento testemunhado. Esse julgamento tinha três momentos:
Homenagem: O vassalo sem armas e de cabeça descoberta, ajoelhava-se e colocava as mãos juntas entre as do suserano, declarando querer servi-lo.
Juramento de fidelidade: Com a mão sobre a bíblia, o vassalo jurava fidelidade ao suserano e comprometia-se  prestar-lhe auxílio e conselho.
Investidura: O suserano entregava ao vassalo um objeto que representava o benefício ou feudo e garantia-lhe proteção para o futuro.
          Um vassalo poderia conceder uma parte de sua terra a outro nobre, se tornando suserano e vassalo ao mesmo tempo.
          Na região da Gália começaram a surgir muitos feudos, o que descentralizou ainda mais o poder, já que cada senhor feudal (dono de um feudo) mandava livremente em seu feudo. Isso enfraqueceu a figura do rei. As origens do feudalismo são o colonato, os costumes germânicos de guerra ("Comitatus", um grupo de guerreiros unidos a um chefe militar, a quem deviam servir e honrar) e o Império carolíngio.
          Na economia feudal, quase todo o alimento consumido era produzido pelo próprio feudo, o comércio era muito fraco e as principais atividade eram a agricultura e o pastoreio. Naquela sociedade existiam três grupos principais:
Clero "Os que rezam": Conjunto de ministros e sacerdotes da igreja católica que era muito poderosa e rica naquela época, tinha muitas terras. Alto clero: origem nobre, líderes da igreja. Baixo clero: origem humilde sem muito poder na igreja.
Nobreza "Os que guerreiam": Os nobres se dedicavam principalmente à guerra, torneios e caça, já que tinham o monopólio de armas. Eram unidos por laços de dependência e fidelidade e casavam entre si.
Trabalhadores "Os que trabalham": Os trabalhadores produziam e sustentavam toda a sociedade feudal. Servos: eram ligados às terras do feudo e faziam vários serviços. Vilões: camponeses livres que muitas vezes viraram servos. Escravos: propriedades do senhor feudal. Ainda existiam os artesões e comerciantes.
          As obrigações do servo na economia feudal eram:
Corveia: Obrigação de trabalhar de graça para o senhor feudal de graça por dois ou três dias na semana.
Talha: Obrigação de dar ao senhor cerca de 30 ou 40 por cento de sua produção inteira.
Banalidade: pagamento em produtos que os servos deviam ao senhor pelo uso do forno, moinho ou prensas.
Dízimo: Obrigação de dar 10 por cento de sua produção inteira à igreja. Esse foi um os meios da igreja para construir sua fortuna.
          Naquela época, a igreja oferecia as respostas e explicações para vários fatos e fenômenos. Os acontecimentos eram entendidos por vontade de Deus e não deveriam ser questionados. Quem ousasse questionar as ideias da igreja poderia sofrer perseguição. A ideia da morte, do juízo final, da salvação, do céu, do inferno, dentre outras povoava o imaginário do homem medieval. Para eles o paraíso ou céu era um lugar harmonioso e iluminado onde as almas estariam livres do sofrimento. O inferno era um lugar de sofrimento e tortura, com fogo e demônios, onde as almas deveriam pagar pelos seus pecados. Mais tarde, também foi criada a ideia de um lugar intermediário entre o paraíso e o inferno, o purgatório, onde as almas deveriam se purificar de seus pecados mais leves para ir para o céu.
           A vida naquela época não era segura, o homem tinha medo de a colheita não vingar, ser pequena e todos morrerem. Por isso criaram histórias com enormes banquetes e comida a vontade, como a do país da Cocanha. Isso só refletia seu grande medo.
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