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A regionalização do espaço mundial e os indicadores econômicos

           A regionalização é um recurso geográfico que organiza um território, definindo regiões com características semelhantes a partir de critérios pré-definidos. A função da regionalização, geralmente, é de facilitar a administração de um lugar; porém ela também é muito útil no estudo dessas áreas.
           No espaço mundial, temos países e continentes, os quais foram e são organizados por diferentes regionalizações ao longo do tempo. Durante a guerra fria, por exemplo, os países foram divididos em três grupos: o chamado primeiro mundo, com países capitalistas desenvolvidos e ricos; o segundo mundo, com países socialistas; e o terceiro mundo, com países capitalistas, subdesenvolvidos e pobres. 
           Depois do fim da União Soviética, percebeu-se que o bloco socialista já não existia mais, trazendo a necessidade de uma nova regionalização. Assim, surgiu a denominação "Países do Norte" e "Países do Sul". O primeiro desses dois refere-se aos países com um bom nível de desenvolvimento e ricos, que, em sua maioria, localizam-se no hemisfério norte (Austrália e Nova Zelândia foram adicionados a esse grupo apesar de estarem no sul, pois se assemelham economicamente aos seus integrantes). Já o segundo refere-se aos países subdesenvolvidos e pobres, tanto no sul quanto no norte. Essa divisão recebeu muitas críticas, pois inclui países pobres ao grupo do Norte e, apesar de chamar-se Países do Sul e do Norte, não tem a linha do Equador como reguladora.
           Posteriormente, nos anos 1990, surgiu uma nova regionalização, dessa vez utilizando os termos "Países Desenvolvidos", "Subdesenvolvidos" e "Em Desenvolvimento". Os Países Desenvolvidos são ricos, têm os maiores PIB per capita do mundo, as melhores qualidades de vida e as maiores indústrias e desenvolvimento tecnológico. Os países subdesenvolvidos possuem má distribuição de renda, economia frágil e dependente do setor primário, muitas pessoas com fome, grandes desigualdades sociais e dependência dos países desenvolvidos. Já os países em desenvolvimento são um meio-termo. Possuem desenvolvimento industrial, dispõem de muita matéria-prima e vêm avançando economicamente; porém não conseguem competir com as grandes potências econômicas e ainda possuem um padrão de vida baixo ou médio e problemas como fome, pobreza e desigualdade social. Além desses, existem outros níveis de desenvolvimento: países menos desenvolvidos, países subdesenvolvidos pouco industrializados e países subdesenvolvidos industrializados. Apesar de receber críticas pelo fato de existir uma grande diversidade econômica entre os países subdesenvolvidos e das denominações utilizadas darem a ideia de processo (como se fosse possível, um dia, um país subdesenvolvido se tornar desenvolvido, o que é altamente improvável), essa regionalização é a favorita atualmente, apoiada pela ONU.
          Na regionalização do espaço mundial os critérios mais utilizados (chamados de indicadores econômicos) são: mortalidade infantil, expectativa de vida, saneamento básico e acesso à água potável, acesso à internet e ao telefone móvel (os países ricos e desenvolvidos apresentam boas taxas, enquanto isso raramente acontece com um país subdesenvolvido). Outra variante muito importante é o PIB (produto interno bruto) e o PIB per capita, ou por habitante, que indicam a força econômica de uma nação.
          Para fazer uma "média" de todos esses aspectos de um país, foi criado, em 1990, por um economista, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Levando em consideração os aspectos de saúde, educação e renda, é dada uma nota de 0 a 1, com três casas decimais, a cada país. Quanto maior é a nota, melhor. Assim as notas de IDH se dividem em quatro grupos: muito elevado (de 0,800 a 1), elevado (de 0,700 a 0,799), médio (de 0,555 a 0,699) e baixo (abaixo de 0,555).
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