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A Revolução Industrial

          Antes do século XV, a produção humana se baseava no artesanato. O artesão possuía a matéria-prima e dominava toda a técnica de produção. Depois, foi desenvolvida a manufatura, na qual trabalhadores da  mesma área se reúnem a serviço de um negociante que fornece matéria-prima e remuneração. Finalmente, no século XVIII, a maquinofatura começou a ser praticada na Inglaterra, fruto de um conjunto de acontecimentos que, hoje em dia, agrupamos na chamada Revolução Industrial.
         Na maquinofatura, operários (ou proletários) trabalham na fábrica de um burguês, dono do dinheiro e empregador capitalista (trabalho assalariado). Nas fábricas, o trabalho passou a ser dividido: antes, no artesanato, o trabalhador participava de todo o processo de produção, agora ele só executava uma das várias partes do trabalho, repetindo a mesma ação várias horas do dia.  Na visão de Karl Marx, filósofo do século XIX que analisou a Revolução Industrial, essa característica das indústrias é responsável por uma alienação ao trabalho, que se tornou desumano, passando a transformar o próprio operário em mercadoria. Além disso, Marx criou o conceito de Mais-Valia, que descreve a disparidade entre o valor produzido pelo proletariado e o valor (menor) que ele recebe como salário do burguês. Portanto, na visão desse filósofo, há uma grande exploração por parte dos burgueses na relação entre eles e seus trabalhadores.
         As condições do trabalho operário na Inglaterra do século XVIII eram péssimas. As fábricas eram sujas, mal ventiladas e configuravam-se como locais propícios para que doenças se espalhassem. As jornadas de trabalho chegavam, facilmente, a mais de 15 horas. Os trabalhadores, que eram forçados a repetir o mesmo movimento por esses longos períodos, tinham baixos salários e, se não rendessem o esperado, apanhavam. Além disso, crianças e mulheres trabalhavam como mão-de-obra menos competente, ganhando menos por isso. Assim, a Industrialização suprimiu o tempo e a criatividade do "homem comum".
          Para alguns grupos de trabalhadores, essas condições desumanas, somadas a problemas de moradia e aumento da desigualdade social, serviram como inspiração para movimentos trabalhistas por mais direitos. Dentre esses grupos, vale destacar os ludistas e os cartistas. Os ludistas percebiam as máquinas como as culpadas por todos os problemas trazidos pela maquinofatura, por isso quebravam-as à noite, quando invadiam as fábricas disfarçados. Já os cartistas lutaram pela aprovação da Carta do Povo, documento que exigia o direito de voto para toda a classe trabalhadora.
         Como já mencionado acima, a Inglaterra foi a pioneira no processo de industrialização e prática da maquinofatura. Alguns fatores responsáveis por isso foram: uma burguesia rica já estabelecida no país; a presença de minas de carvão e ferro em seu território, recursos necessários para a maquinaria; a arrecadação de capital com a pirataria em outros continentes; a grande mão-de-obra disponível, gerada pela expulsão de camponeses de suas terras (cercamentos).
          As principais consequências da Revolução Industrial foram um grande avanço do capitalismo com a geração de miséria e desigualdade social; uma grande perda ambiental provocada pela intensa urbanização (o que também acarretou o surgimento de doenças) e despejo de resíduos industriais em lugares inadequados. Além disso, esse episódio de grande importância histórica mudou para sempre nossa visão sobre o tempo. Antes, as pessoas não se importavam muito em verificar a passagem de tempo, porém, com a chegada das fábricas, foram estabelecidos horários de trabalho a serem seguidos e o tempo foi, cada vez mais, sendo associado ao dinheiro.
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Comentários

  1. Obrigada Eduardo, vc explica muito bem e de uma forma bem resumida. Parabéns

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