A Índia é um país de grande importância no cenário mundial, localizado na Ásia Meridional (porção sul do continente). Seu território é o sétimo maior do mundo e abriga a segunda maior população mundial, de 1,3 bilhões de pessoas. O país constitui-se como uma República dividida em 28 estados e 7 uniões territoriais. Além disso, é banhado pelo Oceano Índico e vizinho dos seguintes países: Paquistão, China, Nepal, Butão, Bangladesh e e Myanmar. O Trópico de Capricórnio corta a Índia, portanto parte do território do país está na zona tropical.
Na Índia, o acelerado processo de urbanização é uma grande preocupação do governo. Cidades como Mumbai, Nova Delhi, Bangalore, Calcutá e Chennai cresceram de maneira muito rápida, sem planejamento. O resultado disso foi a formação de alguns dos maiores aglomerados urbanos do planeta, repletos de problemas e de desigualdade social. Nessas cidades, grande parte da população vive em moradias precárias. Os subúrbios mais pobres de Mumbai, os Slums (palavra semelhante a favela) abrigam mais de 5 milhões de habitantes, enquanto na região central vivem apenas 1 milhão. As cidades e o país em si são caracterizados pela enorme densidade demográfica (apesar de existirem alguns vazios demográficos) e pelas ruas com trânsito caótico de carros, motos, pessoas e até mesmo animais. Cada vez mais pessoas se mudam do campo para os centros urbanos. Mesmo assim, 66% da população indiana ainda é rural.
No geral, as condições de vida na Índia não são boas. O IDH do país é 0,554. A expectativa de vida é de 68,5 anos. Dados apontam que 35% da população indiana vive com menos de 1 dólar por dia, sendo que 200 milhões de pessoas vivem em situação de pobreza crônica. 37% da população é analfabeta (50% entre as mulheres). Em 1960, a taxa de fecundidade da Índia era de quase 6 filhos por mulher. Em 2016, essa taxa já havia caído para 2,3 filhos. Apesar disso, previsões apontam que a população do país se tornará a maior do mundo em 2030, ultrapassando a China. Cerca de um terço da população indiana tem menos de 14 anos, sendo que a mortalidade infantil do país é alta e ele apresenta deficiências nos setores de saúde e educação.
Atualmente, a aceleração econômica da Índia e o rápido processo de urbanização de suas cidades contribuem para a ascensão social de uma parcela da população antes menos favorecida. Tal mudança também é influenciada pelo governo que vem oferecendo acesso a universidade e cotas para cargos públicos a pessoas desfavorecidas social e economicamente. Ainda assim, a desigualdade social do país ainda impressiona: enquanto o estado de Pradesh (com 150 milhões de habitantes) tem indicadores sociais terríveis e muitas pessoas em condição de extrema pobreza, o estado de Kerala tem os melhores indicadores da Índia. Lá 90% da população sabe ler e escrever e a taxa de mortalidade infantil é de apenas 1,7%.
O principal povo indiano são os hindus. Além disso, há muitos drávidas na região, povo de pele mais escura. Há também uma minoria de mongóis e outros grupos. A Índia tem dois idiomas oficiais: o Hindi e o Inglês (herança colonial, utilizado principalmente nos ambientes empresarial, burocrático e científico). Outras 18 línguas regionais e mais de 1600 dialetos também são reconhecidos no território. Estão presentes no país, em ordem decrescente de importância, as seguintes religiões: Hinduísmo, Islamismo, Cristianismo, Sikhismo e Budismo.
A religião Hinduísta possui um papel muito importante na organização social da Índia. O Sistema de Catas é uma forma de organização social milenar dessa religião, baseada na crença de que os indivíduos geram-se de diferentes partes do corpo do deus Brahma. Cada casta teria sido originada de uma das partes do corpo do deus, o que determinava a sua função. Assim, membros de uma determinada casta tinham seu papel social determinado ao nascimento e eram impedidos de exercer papel diferente. Além disso, o sistema envolve um grande preconceito à casta dos dalits, que dizem ter nascido da sujeira sob os pés de Brahma, devendo assumir, portanto, condição social muito inferior a das outras castas, impedidos de ascender socialmente. Por esses e outros motivos, o sistema se tornou inconstitucional na Índia, mas ainda está muito presente na mentalidade das pessoas, principalmente das mais religiosas.
O principal rio indiano é o Ganges, localizado na parte oriental do país. Este rio é de enorme importância para a religião Hinduísta, onde se praticam diversos tipos de rituais. Entretanto, a poluição do rio por conta dessas atividades praticadas sobre suas águas e por outros fatores é muito preocupante para o governo indiano. O rio Brahmaputra, também localizado na região oriental do país, é o segundo maior da Índia.
Até pouco tempo atrás, a Índia era considerada um país subdesenvolvido. O longo trajeto do país parra mudar essa classificação começou em 1948, quando ele se tornou independente da Inglaterra. Após sua independência, a Índia fez diversos investimentos estatais em indústrias para conseguir se manter sem depender da importação de produtos de outros países (política de substituição de importações). Uma consequência disso foi o começo do processo de urbanização. Já na década de 1980, o país passou a estimular a presença de indústrias multinacionais em seu território (política de plataforma de exportações), com uma abertura da economia. Em 2000, o país já era considerado referência em desenvolvimento científico, com 2 principais tecnopolos em seu território: Hyderabad e Bangalore. Atualmente, a Índia é um país emergente, membro dos BRICS, tendo sua importância econômica, tecnológica e cientifica reconhecida.
Na Índia, a agricultura, apesar de empregar mais de 50% da PEA (população economicamente ativa) do país, corresponde a somente 20% do PIB. Após a independência do país, uma Reforma Agrária distribuiu pequenas terras aos camponeses, e, até hoje, a maior parte de sua produção (arroz, trigo e leite, além de rebanhos de cabras, ovelhas, porcos e aves) é para o sustento familiar. A agricultura comercial não ocorre muito e evoluiu somente após a Revolução Verde (1960), com monoculturas de exportação de chá, algodão, café, juta e cana-de-açúcar. Vale destacar que os bois e vacas são sagrados na crença do Hinduísmo, por isso a Índia possui o maior rebanho bovino do mundo, apesar da população não consumir sua carne.
Na Índia, a tecnologia avançada é utilizada no desenvolvimento de vários projetos. Entre eles destacam-se: produção de energia nuclear; satélites artificiais; foguetes espaciais; informática e desenvolvimento de softwares; indústria farmacêutica; indústrias naval, mecânica, química, petroquímica, siderúrgica, metalúrgica e automobilística; e indústria cinematográfica (Bollywood). Apesar dos investimentos do governo nessas áreas, cada vez mais jovens cursados nelas emigram para outros países, buscando melhores condições de vida e trabalho. Em contrapartida, a Índia atrai muitos investimentos estrangeiros por ter mão-de-obra qualificada, um excedente de mão-de-obra desqualificada e um mercado consumidor com elevado potencial. O governo indiano investe de maneira crescente na formação científica e tecnológica dos jovens.
A Índia é um país amplamente militarizado, por conta de diversas disputas territoriais envolvendo suas fronteiras. Destacam-se os litígios territoriais na região que antes pertencia ao Tibet, país que não existe mais. Na região da Caxemira existem dois importantes conflitos por territórios envolvendo a Índia: Aksai Chin, disputa com a China, e Azad Caxemira, disputa com o Paquistão. A origem desses conflitos está ligada às diferentes religiões praticadas na área, principalmente o Hinduísmo, Islamismo e Budismo. Índia, China e Paquistão desenvolvem armamento nuclear, contrariando o Tratado de Não Proliferação e tornando a situação ainda mais complexa. Vale destacar também os conflitos de Arunachal Pradesh (disputa com a China, ao norte do Rio Brahmaputra) e Punjab (território reivindicado por Sikhs, que buscam sua emancipação política).
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