As grandes navegações foram um conjunto de viagens marítimas de longa distância realizadas pelos europeus nos séculos XV e XVI. Tais viagens eram muito perigosas, e os medos eram reais e imaginários. Tempestades, calmarias, encalhes, doenças e ataques de piratas eram ameaças reais. Já cair da beirada da Terra, que era plana, ser atacado por monstros marítimos e chegar em terras povoadas por monstros, esses eram medos imaginários da mente dos europeus. Nos navios, o conforto era mínimo, ninguém tomava banho ou trocava de roupa, animais vivos acompanhavam a viagem e as necessidades fisiológicas eram feitas na borda das embarcaçõesos. Então, por que os europeus se lançaram no mar?
A principal razão para o começo das grandes navegações foi a busca pelas especiarias, isto é, produtos usados como tempero, remédio ou perfume (canela, açafrão, cravo...). No século XIV, o rico comércio desses produtos era controlado pelos árabes (que traziam as mercadorias do oriente até cidades como Cairo e Alexandria) e italianos (que vendiam as especiarias por toda Europa e dominavam o Mar Mediterrâneo). O objetivo das navegações era chegar nas fontes de especiarias por outras rotas e lucrar com a venda delas.
O primeiro país europeu a se jogar no mar foi Portugal, que pensava em chegar no oriente contornando a África. Alguns motivos do pioneirismo português foram: a nação foi a primeira a ter um governo unificado na Europa; apoio do Rei D. João I ao comércio marítimo e à navegação de longa distância; experiência na navegação em mar aberto pelo papel fundamental da pesca na economia portuguesa; aperfeiçoamento de mapas e da bússola e invenção da caravela.
O caminho português de contorno da África começou em 1419. Navegando junto à costa africana, eles foram se apossando de terras, estabelecendo relações comerciais e construindo feitorias (entrepostos comerciais fortificados). Em 1488, Bartolomeu Dias contornou o Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África, e retornou a Portugal. Em 1498, Vasco da Gama concluiu o sonho português, chegando na Índia e voltou à sua pátria com muitas especiarias, gerando um grande lucro à nação. Após essas expedições, Portugal se apossou de muitas terras e tornou-se cabeça de um império enorme: o Império Ultramarino Português.
Com o sucesso da expedição vascaína, logo uma nova viagem foi planejada: a de Pedro Álvares Cabral. Essa expedição acabou encontrando as terras brasileiras, que se tornaram posses de Portugal, e continuou rumo às Índias.
Os espanhóis também tentaram encontrar uma rota até o oriente com a expedição do genovês Cristóvão Colombo, em 1492. Colombo acabou encontrando terras da América Central, causando uma disputa entre espanhóis e portugueses pela posse de terras americanas. Esse conflito foi resolvido com o traçado de um linha imaginária vertical a 370 léguas das Ilhas do Cabo Verde, a linha do Tratado de Tordesilhas. Terras a oeste dessa linha eram da Espanha e terras a leste eram de Portugal.
Franceses, ingleses e holandeses também participaram das grandes navegações, evento que causou o extraordinário crescimento do volume do comércio mundial; a conquista de impérios coloniais dos países europeus; a tomada de consciência dos europeus sobre o tamanho e diversidade do mundo; a ascensão de países banhados pelo Oceano Atlântico; e a queda do comércio no Mar Mediterrâneo.
No início da colonização portuguesa no Brasil, os portugueses procuravam metais preciosos, mas o comércio de especiarias deixava a colônia no plano secundário. Porém, em 1530, com o declínio da exploração no oriente, o interesse da metrópole na exploração das terras brasileiras e o medo de perder a terra (principalmente para os franceses) fizeram com que a colonização no Brasil realmente começasse. Portugal lucrava com sua colônia pelo exclusivo colonial (a colônia ter que vender à metrópole com um baixo preço e comprar dela por um alto preço), construção de feitorias e exploração do pau-brasil por meio do escambo (trabalho de indígenas em troca de espelhos, facas, machados...).
Para estimular a ocupação do território brasileiro, os portugueses dividiram o Brasil em 15 capitanias hereditárias que foram doadas a capitães donatários. O risco do investimento em terras brasileiras causou o sucesso de somente três capitanias, Pernambuco e Bahia com a produção açucareira e São Vicente com o apresamento de indígenas. Esse fracasso acabou levando ao estabelecimento de um governo-geral no Brasil, com encarregados pela justiça, finanças e defesa. Além disso, foram estabelecidas câmaras municipais para administrar e vigiar as cidades brasileiras.
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Vlw Fabis
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