Pular para o conteúdo principal

A Segunda Guerra Mundial

     A Segunda Guerra Mundial foi o maior conflito armado da história da humanidade, envolvendo países de todos os continentes da Terra, mobilizando cerca de 100 milhões de militares, durando cerca de 6 anos (1939-1945) e levando a um número de mortes estimado entre 50 e 70 milhões de pessoas, incluindo muitos civis. Os protagonistas da guerra foram potências como Inglaterra, França, União Soviética e Estados Unidos (Aliados) contra Alemanha, Itália e Japão (Eixo). Entretanto, colônias e aliados de menor importância desses países também se envolveram no conflito, aumentando suas proporções. 

    Os países do eixo tinham governos autoritários e totalitários, entre os quais se destacam a Alemanha nazista de Hitler e a Itália fascista de Mussolini. Dois ideais nazistas criados por Hitler são de fundamental importância para a compreensão da Guerra. São eles o pangermanismo e o espaço vital. Juntas ao antissemitismo (preconceito contra judeus) alemão, essas ideias diferenciavam o regime de Hitler ao fascismo italiano. Afirmavam a necessidade de que todo o povo germânico (considerado um "povo superior") se reunisse em um único território, grande o suficiente para que pudesse voltar a se desenvolver, tendo em vista os impactos que sofreu após a Primeira Guerra. 

    Dessa maneira, percebe-se a importância que o Tratado de Versalhes (que impôs à Alemanha severas indenizações em dinheiro, perda de territórios e humilhação após o final da Primeira Guerra) teve no surgimento de um sentimento revanchista entre os alemães, levando, futuramente, à Segunda Guerra. Muitos historiadores afirmam que, se os países vitoriosos na Primeira Grande Guerra não tivessem sido tão duros em suas imposições, a Segunda Guerra provavelmente não teria acontecido.

    No contexto dos antecedentes do conflito, pode-se destacar a adoção de uma política expansionista pela Alemanha, que também voltou a se militarizar. Em 1938, os alemães anexaram diversos territórios com população germânica, justificando seu avanço através dos conceitos do pangermanismo e espaço vital. A Áustria e partes da Tchecoslováquia juntaram-se ao território alemão e vale destacar que durante o Anschluss, isto é, a invasão da Áustria, nenhum tiro foi disparado, visto que a população do país invadido via positivamente o regime nazista de Hitler. 

    Apesar do nazismo ser antidemocrático, nada foi feito por potências capitalistas como Inglaterra, França e Estados Unidos para impedir o expansionismo alemão, pois, além de quererem impedir de qualquer maneira um novo conflito de proporções semelhantes às da Primeira Guerra, esses países viam os regimes fascistas e nazistas como barreira à expansão do comunismo soviético na Europa. É fato que o nazismo era, realmente, um grande inimigo das ideias socialistas. Entretanto, em 1939, foi firmado, entre Stalin e Hitler, o Pacto Germânico-Soviético de não agressão. Esse fato não marcou o fim da inimizade entre os dois regimes, mas favoreceu a ambos, já que a URSS não poderia interferir nos ataques alemães à Europa, porém, em compensação, ganharia tempo para se preparar para uma eventual invasão nazista em território soviético. 

    Foi só quando a Alemanha decidiu invadir a Polônia que França e Inglaterra se envolveram, declarando guerra aos alemães, o que marca o começo da Segunda Guerra. A partir desse momento, os países envolvidos se dividiram nos grupos dos Aliados e Eixo. Ainda em 1939, a Alemanha conquistou a Polônia e passou a perseguir os judeus do país. Tal conquista tão rápida se deve à estratégia de guerra adotada pelos alemães, chamada Blitzkrieg, a guerra-relâmpago. Consistia em uma invasão simultânea pelo ar e pela terra, muito eficiente e veloz, o que se deve, principalmente, à competência da força aérea alemã, a Luftwaffe. 

    Em 1940, depois da conquista da Polônia, os alemães e avançaram mais uma vez, conquistando Noruega, Dinamarca, Holanda e Bélgica. A Blitzkrieg não parou por aí, avançando em direção à França. Apesar da existência de uma linha fortificada na fronteira entre Alemanha e França, esta foi contornada facilmente pela rápida investida alemã, culminando na conquista de Paris em 14 de Junho, apenas 2 meses depois da invasão da Bélgica. As tropas inglesas e francesas sobreviventes foram forçadas a se refugiarem na praia de Dunquerque, sendo resgatadas em sua maioria através de um grande esforço do governo inglês, no qual foram envolvidos, principalmente, navios e pequenas embarcações civis, indo e voltando com soldados resgatados pelo Canal da Mancha. 

    Assim, quase toda a França foi ocupada pelos alemães, com a criação de uma "Zona Livre" no sul, que de livre não tinha nada, sendo completamente subordinada ao governo alemão. Boa parte do exército inglês foi resgatado, mas, nas palavras do primeiro ministro Churchill, a Inglaterra estava, agora, "Sozinha na guerra". Isso não era 100% verdade, pois, desde o início do conflito, os EUA estavam fornecendo suprimentos de guerra e alimentos aos ingleses. 

    Em 1940, a Itália entrou na Guerra, apesar de parte de sua população não ser favorável à participação do país no conflito. Hitler influenciou muito nessa decisão, desejando a ajuda de seus aliados fascistas. Para convencer a população de que havia feito uma boa decisão, Mussolini afirmou que não havia motivo para não participar de uma guerra que já estava ganha, e que o envolvimento do país só traria benefícios quando tudo estivesse acabado. Entretanto, a participação do país na guerra foi desastrosa, com muitas derrotas, principalmente no Norte da África. O comando das tropas italianas teve que passar aos generais de Hitler.

    O período entre 1940 e 1941 marca a resistência da Inglaterra às tentativas da Alemanha de conquistar o país através de investidas aéreas. Uma invasão terrestre era impossível, já que o território inglês é uma ilha. Nessa resistência, a Força Aérea Real Britânica teve papel fundamental, abatendo diversos caças da Luftwaffe. Diante do fracasso das tentativas de conquistar a Inglaterra, Hitler passou a seu próximo alvo, a URSS. Mesmo assim, diversas cidades britânicas continuaram sofrendo bombardeios pelo resto da guerra e diversos navios com suprimentos dos EUA foram naufragados por submarinos alemães. 

    Quebrando o Pacto Germânico-Soviético, a Alemanha invadiu a União Soviética em três frentes, Norte, Centro e Sul. Cada uma dessas frentes correspondia a um dos objetivos da invasão. Ao norte, Leningrado era o alvo ideológico, cidade-símbolo da Revolução Russa, que os nazistas tanto desprezavam. Ao centro, Moscou era o alvo político, capital da Rússia e residência do governo. Ao sul, a região da atual Ucrânia era o alvo econômico, com diversos campos de trigo e poços de petróleo, importantes recursos para os alemães. Quando os Estados Bálticos foram invadidos por soldados alemães, a população recebeu as tropas como libertadoras, oferecendo-lhes flores. A razão disso é o temor que tinham do regime opressor de Stalin, que reprimia qualquer um contrário ao governo. 

    Ao avançarem território soviético adentro, os alemães começarem a encontrar alguma resistência, mas sua principal dificuldade foi a vastidão do território que invadiam, onde não havia muitas estradas e a locomoção não era fácil. Além disso, Stalin adotou a tática de terra arrasada, na qual toda a população de uma região recua e destrói tudo o que há de útil em seu território, dificultando o avanço do exército inimigo que não tem como reabastecer suas provisões. Tais dificuldades, aliadas à aproximação do extremo inverno russo, levaram Hitler a desistir temporariamente da conquista de Moscou, decidindo concentrar suas tropas mais ao sul, na região dos campos de trigo da Ucrânia.

    Passado algum tempo, os alemães cercaram Leningrado e decidiram avançar até Moscou. Hitler pensava que a União Soviética ainda era uma nação agrária, com soldados muito mal preparados. Entretanto, a Batalha de Moscou (1941) marca a primeira resistência efetiva a uma invasão alemã. As tropas nazistas não foram derrotadas, mas a Blitzkrieg foi finalmente contida, através de uma honrável resistência dos soviéticos, muito melhor equipados para resistirem ao frio do inverno. Depois disso, os alemães recuaram.

    Estados Unidos e Japão eram potências que disputavam influência sobre colônias e pequenas ilhas da Ásia Oriental e Oceania. Em dezembro de 1941, o governo do Japão, aliado de Alemanha e Itália, decidiu atacar a base naval estadunidense de Pearl Harbor, no Havaí. Esse fato marca o começo da Guerra no Oriente e a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial. 

    Com a chegada da primavera em 1942, Hitler decide avançar novamente contra a União Soviética, dessa vez concentrando suas tropas no Sul, com foco nos poços de petróleo do Cáucaso. É nesse contexto que ocorre a mais importante batalha da Segunda Guerra, a Batalha de Stalingrado, cidade no sul da Rússia. A batalha durou de agosto de 1942 a fevereiro de 1943, sendo uma guerra feroz, muito disputada e sangrenta. Marca a primeira derrota das forças alemãs. Os soviéticos, tendo vencido, começaram a expulsar as tropas nazistas de seu território, empurrando-as em direção a Berlim.

    Julho de 1943 marca a entrada do Brasil na guerra, devida ao abatimento de um barco brasileiro e por pressão da população e dos Estados Unidos. Foi uma participação muito modesta, com apenas 25000 soldados subordinados ao comando dos EUA. No mesmo ano, as tropas estadunidenses invadiram e conquistaram a Itália, ação em que os soldados brasileiros mais contribuíram. 

    Em junho de 1944 ocorreu o famoso Dia D, uma pesada invasão de tropas inglesas e estadunidenses nas praias da costa norte da França, na região da Normandia. As tropas dos aliados eram muito superiores em número do que as alemãs, e Paris foi reconquistada em Agosto daquele mesmo ano. Esse fato marca a segunda grande derrota dos alemães na guerra, sendo que agora quase todas as tropas nazistas tinham sido forçadas a recuarem para a Alemanha. 

    O final da Segunda Guerra ocorre em Berlim, em 1945. As últimas tropas alemãs, cercadas de um lado pelo exército russo e do outro pelos ingleses e estadunidenses, prepararam uma resistência em sua capital, mas foram devastadas pelas forças soviéticas. Sabendo da derrota, Hitler se suicida e a rendição é assinada. Na Itália, Mussolini tenta fugir mas é capturado e morto. No extremo oriente, a guerra entre os EUA e o Japão termina de forma trágica. Temendo uma possível invasão da URSS no Japão, os Estados Unidos radicalizam e jogam duas bombas atômicas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki. Aproximadamente 130 mil pessoas morrem e o Japão se rende, dando um fim à Guerra no Oriente.

Texto relacionado: A Primeira Guerra Mundial

    Gostou do post? Deixe seu comentário e até a próxima!

    


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A primeira Guerra Mundial

           Como vimos em um post anterior:  A 2º Revolução Industrial, o Imperialismo e os antecedentes da 1º Guerra Mundial , o estopim da 1° Guerra Mundial foi o assassinato do herdeiro do trono Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando, em Sarajevo (Bósnia), por um nacionalista sérvio. O conflito se espalhou rapidamente, por conta das rivalidades e alianças presentes no contexto europeu da época. Nesse post, trataremos somente dos eventos que ocorreram durante a guerra, e não seus antecedentes. Para ler sobre o período pré-guerra, acesse o link acima.           Vale destacar a utilização, no período que antecedeu a guerra e durante todo o seu curso, das propagandas de guerra, que buscavam, entre outras coisas, justificar o envolvimento dos países no conflito, convencer os homens a se alistarem, arrecadar fundos para as despesas militares e garantir o apoio da população.            Com o início do confronto, as duas principais forças da Tríplice Aliança: Alemanha e Império Austro-Hú

Clima e vegetação

          Existe uma diferença entre tempo e clima. Tempo se refere às características atmosféricas de certo local em determinado momento. Já o clima é definido pelas características predominantes de um local que se repetem durante os anos.           Diversos fatores influenciam o clima: Massas de ar: São grandes porções de ar que adquirem características de temperatura e umidade das regiões onde se originam. As principais que atuam no Brasil são: Equatorial Atlântica (Ea), que é uma massa quente e úmida; Equatorial Continental (Ec), que é uma massa quente e úmida; Tropical Atlântica (Ta), que também é uma massa quente e úmida; Tropical Atlântica (Tc), que é quente e seca; e Polar Atlântica (Pa), que é fria e úmida. Latitude: Áreas perto do Equador tem baixa latitude e áreas longe do paralelo tem altas latitudes. Em geral, quanto maior a latitude, menor é a temperatura. Altitude: Quanto mais alto, mais frio. A cada 200 metros que descemos, a temperatura aumenta um grau e a cada 200

Fases da Lua, eclipses, medidas de tempo e o sistema solar

          As fases da Lua são uma consequência da posição da Lua em relação ao Sol, que a ilumina de diferentes maneiras para o observador na Terra. A Lua gira em torno da Terra, mas tem um plano mais inclinado do que o terrestre, por isso mesmo com a Lua atrás da Terra temos uma Lua Cheia. É Lua Nova quando a Lua está entre o Sol e a Terra e os astros não estão alinhados. O ciclo lunar dura aproximadamente 28 dias.           A Lua executa três movimentos: Rotação em volta de si mesma; revolução em volta da Terra; e translação em volta do Sol. A Terra nunca vê uma das faces da Lua, porque os movimentos lunares de revolução e rotação têm a mesma duração.           Os eclipses ocorrem quando Sol, Terra e Lua estão alinhados. Os solares acontecem quando a Lua está entre o Sol e a Terra e a Lua projeta uma sombra na Terra. Os lunares acontecem quando a Terra está entre o Sol e a Lua e a Terra projeta uma sombra na Lua.           Eclipse lunar:           Eclipse solar: