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América Central

           A América Central localiza-se entre as Américas do Sul e do Norte, e é incluída na chamada  América Latina.  Essa região pode ser dividida em América Central continental e insular.
          A América Central continental é uma estreita faixa de terra que liga as Américas do sul e do norte, banhada pelos oceanos Atlântico (Mar do Caribe) e Pacífico. A área é dividida entre 7 países: Belize, Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica e Panamá, que abrigam, no total, aproximadamente, 45 milhões de habitantes, concentrados na costa do Pacífico, área de planaltos com terras férteis. O clima da região é tropical, e existe a presença de furacões, influenciados pelo aquecimento e aumento do nível dos oceanos.
          A composição étnica da América Central Continental envolve, principalmente, nativos indígenas e descendentes dos colonizadores espanhóis, além de populações de origem africana trazidas para trabalharem como escravos nas grandes propriedades monocultoras. Os países da região apresentam condições socioeconômicas ruins e grande dependência dos EUA, que têm várias empresas transnacionais nesses territórios, sendo praticamente as únicas indústrias desses locais. A economia é muito voltada para o mercado exterior, com a exploração e exportação de produtos tropicais como banana, café, açúcar e dendê, feita também pelas mencionadas transnacionais. A agricultura familiar e a mineração são atividades de pouca importância para a região, mas áreas para a exploração de minérios já foram concedidas a empresas de outros países, como a mineradora Vale. O turismo ocorre de forma positiva e sustentável, sendo uma atividade importante em algumas áreas.
          A porção de terra que liga a América do Norte à América do Sul é estreita, a América Central podendo ser considerada, então, um istmo. Na área em que tal região é mais estreita, e devida ao fator natural da presença de um lago, foi idealizada a construção de um canal ligando os oceanos Pacífico e Atlântico, assim facilitando muito o tráfego mundial de navios. Assim, o Canal do Panamá começou a ser construído em 1878 por franceses, mas o projeto foi abandonado. Entretanto, em 1904 os EUA assumiram a construção e a terminaram em 1914. Até hoje o canal funciona, é fundamental para o comércio mundial e é influenciado pelos estadunidenses. Para disputar com os EUA a influência militar e econômica na América, China e Rússia lançaram o projeto de um outro canal, com rota semelhante e maior capacidade de tráfego. O Canal da Nicarágua poderia diminuir ainda mais o custo de transporte dos produtos chineses, possibilitar o estabelecimento militar da Rússia naquela região e gerar empregos e PIB para a Nicarágua. Tal projeto gera, entretanto, descontentamento dos EUA, que ganharão competidores à sua hegemonia na América. Esse novo canal tem previsão para ficar pronto em algum momento da década de 2020.
          A América Central Insular é um conjunto de ilhas no Mar do Caribe. Essas porções de terra podem ser agrupadas em três regiões: as Grandes Antilhas, as Pequenas Antilhas e as Bahamas. As Grandes Antilhas são as maiores ilhas do local e concentram a maior parte da população e as maiores cidades, sendo elas Cuba, Jamaica, Haiti, República Dominicana e Porto Rico. As Pequenas Antilhas são pequenas ilhas e países como Dominica, Santa Lúcia, Antígua e Barbuda, Guadalupe e outros. As Bahamas são um arquipélago de mais de 700 pequenas ilhas. A presença de tantas ilhas deve-se ao encontro de muitas placas tectônicas na área. Além disso, o clima quente e correntes marítimas úmidas contribuem para a formação de furacões.
          As ilhas indicadas tiveram colonização inglesa, espanhola, francesa e holandesa, além da presença de uma minoria indígena e muitos afro-descendentes escravizados para o trabalho em grandes propriedades monocultoras. A economia da parte insular da América Central também é muito voltada para o mercado exterior, com a exportação de produtos tropicais. Em alguns pontos a mineração e a indústria têm algum destaque, mas estas não contribuem para a melhoria das condições socioeconômicas do local, gerando uma desigualdade social ainda maior. O turismo na região ocorre como a principal atividade lucrativa, com a presença de resorts e cruzeiros controlados por empresas estadunidenses (na maioria das vezes). Porém, essas empresas abusam dos baixos impostos e mão-de-obra da região, não promovem a cultura local e acabam incentivando atividades ilícitas, como o tráfico de drogas e menores, jogos de azar e prostituição.
          Paraísos fiscais, como as ilhas Cayman e as Bahamas, são locais onde bancos permitem a entrada de capital sem que a procedência seja comprovada, permitindo assim o encobrimento de recibos ilícitos em outros países. Nesses locais, dinheiro de narcotráfico e corrupção podem ser escondidos, apresentando um grande desafio a ser combatido pelas autoridades internacionais.
          Cuba é um país que se destaca dentro da América Central, com um regime que se diz socialista. A independência da ilha ocorreu com influência dos EUA, mas a população se rebelou contra a ditadura apoiada pelos estadunidenses. Assim, o povo depôs o governo e se alinhou com a URSS durante a Guerra Fria, tornando-se um país socialista. Cuba produzia quantidades extraordinárias de açúcar, que eram compradas pelos soviéticos. Com a queda destes, porém, a atividade açucareira entrou em declínio e o turismo assumiu um papel mais importante. Até hoje Cuba está em um processo de abertura econômica.
          Devido às ruins condições sociais de toda a América Central em geral, muitas pessoas tentam migrar para os EUA pelo México, porém, o país norte-americano tem uma política contra a imigração, o que faz com que os migrantes, mesmo se cheguem à fronteira, sejam presos em solo estadunidense. Essas tristes condições vêm separando famílias que buscam uma vida um pouco melhor. Além disso, os EUA fazem pressão no México para que ele controle mais sua própria fronteira com a América Central, sob a ameaça de sansões econômicas.
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